REDENÇÃO
de Almeida Garrett
Tu morreste por nós na cruz da afronta,
e o sangue derradeiro
derramaste do alto do madeiro,
Jesus, filho de Deus, Deus verdadeiro!
Aos crimes do homem não lançaste a conta,
inocente cordeiro,
quando foste no alto do madeiro
lavar, com sangue, o último e o primeiro.
E naquela hora o mundo foi mudado:
a antiga, frouxa luz
se apagou no Calvário ao pé da Cruz;
e agora é novo sol que reluz.
Por desiguais direitos, afrontosos
para o pobre que lida,
que trabalha, que sua pela vida,
andava a terra pelos reis regida.
Vãos sabedores, ricos poderosos
a tinham submetida
ao erro torpe que embrutece a vida
e que apaga a razão n'alma perdida.
Acabaram-se as leis dos reis da terra;
e esta só lei ficou:
"O Rei que está na Cruz nos libertou
E com seu sangue a todos igualou".
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